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6 x de R$3,75 | Total R$22,52 | |
7 x de R$3,22 | Total R$22,56 | |
8 x de R$2,84 | Total R$22,68 | |
9 x de R$2,54 | Total R$22,82 | |
10 x de R$2,29 | Total R$22,91 | |
11 x de R$2,09 | Total R$23,02 | |
12 x de R$1,92 | Total R$23,09 |
No seu pequeno apartamento da rua Siroká, em Praga, transformado numa espécie de santuário onde os horrores do século XX não entravam, o tcheco de origem judaica Kaspar Utz abrigava sua coleção particular das primorosas porcelanas de Meissen. Comparadas à realidade delicada das estatuetas, a Gestapo e a polícia secreta não passavam de grosseiras imitações em gesso.
Era com o colorido Arlequim, o farsante, que o colecionador mais se identificava. Como ele, Utz era perito em subtrair-se ardilosamente ao poder das autoridades, que viam em suas peças sinais da decadência e da corrupção burguesa. Persistindo na ilusão de que a Cortina de Ferro era um obstáculo facilmente transponível, Utz estava sempre disposto a abandonar Praga, mas era invariavelmente impedido pelo amor à coleção - um mundo de miniaturas resplandecentes que contava a história silenciosa de uma Europa que já não existia.
Com doses equilibradas de agilidade narrativa, de erudição e de uma ironia que por vezes chega a explicitar-se em humor, Bruce Chatwin cria um livro que é exatamente como uma peça da coleção que o personagem principal tanto venera: uma obra rara e valiosa, cuja beleza e poder evocativo encontram poucos similares na literatura contemporânea.